...
Ah...
Pudesse eu ter-te
Entretida na concha da minha mão
Dançando ao ritmo lento
Das doces minhas palavras
Obstinada em ter-me
E eu
Copiosamente deleitado
Em ter-te
Levar-te a cheirar as tílias
Que desabrocham
Nestes finados tempos primaveris
Enxameadas por laboriosas abelhas
Que zumbem por cima dos nossos ouvidos
Mostrar-te o rio que corre apertado
Serpenteando
As imponentes montanhas
Que parecem edificadas pelos deuses
Que deambulam entre nós
Em dias solarengos
E cintilantes
Como hoje
Debaixo de um olhar mais profundo
Sobre a condição humana!
Mas o verde maioritário
Interrompido
Aqui e ali
Pela coloração das maias
Lembra-me
Que nem na natureza há unanimidade
Mas no amor
Neste nosso Amor
Tudo é verde
Tudo é manifesto
Tudo é paixão!