CADA INSTANTE DA VIDA
Cada instante que vivo
É-me dado por uma poderosa ampulheta
Com o meu nome inscrito
Que vai consumindo a fina areia
Que me foi dada ao nascer;
Não sei se desejo
Viver até ao último grão
Que passa de uma âmbula para a outra
Ou
se quero despejar a areia toda e finar-me de vez,
Depende do que a vida
Acabe ou não por me proporcionar
Aquilo que eu,
Em cada suave instante,
Desejo sempre que ela me dê!
Hoje
É um daqueles dias
Que queria que a areia passasse a âmbula, sim,
Mas que a agreste manhã se fosse
E que a noite já se instalasse de vez…