A MEMÓRIA SARA AS NOSSAS FERIDAS
Que quem escreve nas margens
De um lago chamado Desejo
E busca na memória o remédio para cuidar da alma
Vai traçando um plano
Que cuidará desse íntimo desarranjado
Que sofre assumidamente
Com uma voz amargurada
Mas acaba por ser capaz de se empolgar
De se emoldurar com uma voz
Linda, suave e tão musical
Que acaba deliciando os nossos momentos
De vazio interior
Há, por isso, as “sílabas que se soltam”
Se juntam em palavras
Em frases
Que são como as casas
No universo das nossas cidades