TORPOR...DEPOIS QUE TRUCIDASTES UMA VIDA
Muito mais que uma torrente demencial
Muito mais do que um mar encrespado
Furibundo
Muito mais do que uma raiva
Nesse furor que te embalou e minou
Até ao fim trágico que veio a acontecer;
Vaidade, amor, paixão, loucura?
Porque assassinaste assim,
Dessa forma,
O pobre do homem?
Não lhe podias dar,
Ao menos,
Um leito firme acolchoado
Revestido a madeira
E depositado
Na fiável terra que fará pó?
Tiveste que incendiar a tua mente
Tiveste que queimar as vestes
Tivestes que destruir outras vidas
Jazes atrás das grades
Na frieza da tua cela
Lá onde o silêncio só existe na calada da noite
E não mais me acenes com desculpas
Com perdões
Com expiações
Tiveste a tua vida limpa
E destruíste-a!