Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Artimanhas do Diabo

Artimanhas do Diabo

POEMA A QUATRO MÃOS

Os dedos

Os meus dedos

Mantém-se firmes suspensos sob as letras do teclado

Paixão? Amor à arte? Vício?

Ou vontade de afirmar e dar continuidade à alma?

Que, insana, grita, demencial em busca da glória!     

Os meus pungentes dedos

Finos e longos

Que contemplo em cada mão

Parecem um arqueológo

Que busca, ufano,  

Os vestígios do passado

Mas os meus dedos

Não procuram a existência material das coisas

Os meus dedos estão para além disso

Vasculham a palavra, a frase

Que melhor sirvam 

A dimensão dessa minha memória

Da minha vivência

Das correspondência, ou não, afetivas

Gravadas nesse quadro interminável

Que regista a nossa passagem

Por esta vida!

Na noite em que tu

Buscas o sustento

Nos longos turnos de trabalho

Ou na interminável noite de insónia  

Ou, simplesmente, pela veemência com que despertas

Para exaltar e perfumar a tua arte

Enchendo-a de palavras, de uma vida

Que são como um filho

Motivo de tanto orgulho dos pais

Deixa-me desafiar-te até às águas genuínas

Desse rio límpido das tuas memórias

Onde guardas a essência da tua alma

Onde guarneces os ríspidos momentos,

Ausentes das tuas entranhas fechadas no armário

E serpenteias pelas ruas onde só há a Razão pura

Onde o mundo material tem a sua plena justificação

Deixa-me ouvir a tua voz sentida

Profunda

Alada 

Guarnecida dessa tua rica prosa poética…

Estende-me aberta, a mão
Entrega-me de ti palavras
Que escorrem finas
De dedos esguios, esses teus!
Apanho-as ávida de letras
Sorvo-lhes o sentimento
Que me inunda a alma!
Quero palavras!

Como trovão que rasga céus
No macio escuro da noite
Rendo-me em escrita crua de mim
Essência despida de entrelinhas
Sou Mulher, afinal...
Onde prosa e poesia
São eternos amantes em
madrugadas longínquas.
Como chuva das monções
Deixo cair de mim
Sílabas à Solta:
O rugir dos sentidos
Espalhados em papel
Que o vento do sul
Há-de levar adiante.
Se houver quem capture
Papel cru esse feito
palavras despidas de mim,
Que sejas tu...
Que me rasgues toda a alma
Afagues palavras sentidas
Proves letras caídas
Despojos de guerras
Travadas em velhos mundos.
Quero palavras,
Sílabas tuas que como fera devoro
Casa tua, como minha,
jogo de espelhos onde te procuro
Frases em tempestuosas ondas
Que na borda do papel morrem.
Palavras em rodopio no ar
Apanho-as todas de ti
Dessas tuas mãos que me prendem
Escondo-as em mim, palavras tuas.
Entrelaça esses dedos teus
Nos meus
E leva-me por letras tuas
Às Artimanhas do Diabo
que resgatam almas perdidas...

POEMA A QUATRO MÃOS

Os dedos

Os meus dedos

Mantém-se firmes suspensos sob as letras do teclado

Paixão? Amor à arte? Vício?

Ou vontade de afirmar e dar continuidade à alma?

Que, insana, grita, demencial em busca da glória!     

Os meus pungentes dedos

Finos e longos

Que contemplo em cada mão

Parecem um arqueológo

Que busca, ufano,  

Os vestígios do passado

Mas os meus dedos

Não procuram a existência material das coisas

Os meus dedos estão para além disso

Vasculham a palavra, a frase

Que melhor sirvam 

A dimensão dessa minha memória

Da minha vivência

Das correspondência, ou não, afetivas

Gravadas nesse quadro interminável

Que regista a nossa passagem

Por esta vida!

Na noite em que tu

Buscas o sustento

Nos longos turnos de trabalho

Ou na interminável noite de insónia  

Ou, simplesmente, pela veemência com que despertas

Para exaltar e perfumar a tua arte

Enchendo-a de palavras, de uma vida

Que são como um filho

Motivo de tanto orgulho dos pais

Deixa-me desafiar-te até às águas genuínas

Desse rio límpido das tuas memórias

Onde guardas a essência da tua alma

Onde guarneces os ríspidos momentos,

Ausentes das tuas entranhas fechadas no armário

E serpenteias pelas ruas onde só há a Razão pura

Onde o mundo material tem a sua plena justificação

Deixa-me ouvir a tua voz sentida

Profunda

Alada 

Guarnecida dessa tua rica prosa poética…

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub