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Artimanhas do Diabo

Artimanhas do Diabo

ALMA SEM PÁTRIA

Mourejado coração

Esmerado em conter-se

 

Acabo descobrindo esse teu íntimo fantasista

Engalanado pelo olhar

Atrevido

Enternecido

Orvalhado

Por onde vão rolando 

Pequenas gotículas 

Que darão cor e alento

Às flores circundantes

Que se misturam no mosaico ajardinado

Da erva rebelde que cresce sem destino

Ao musgo que cresce na íngreme encosta  

Tufos de cabelo viçoso esverdeado  

 

Afinal,

De que te queixas?

De que te lamentas?

Tu que pareces ter tudo para seres feliz?  

 

Mas a felicidade não se constrói

Numa alma como a tua

Que se esconde 

Como um iceberg

Submergido pelas águas frias do mar

 

Alma ferida

Dorida

Nostálgica

De um passado sem retorno 

 

Mas,

Almejado desejo que se assoma

Nessa tua intimidade   

Acaba se difundindo

Como se fosse voz propagada pelo eco

E passa a ser vontade:

Olhar as intimidades mais esconsas 

 

Mas podias transpirar

Excitar-te na contemplação e na entrega 

Podias, por fim, fazer zorrar essas tuas águas

Que matam a sede a esse jardim

Luxurioso e fofo de odores fortes e ácidos

Deixar que esse líquido fluísse livremente

Até que eu sentisse essa tua liberdade

 

Mas, felicidade efémera

Voltarias a suspirar

Por ele

Por mim

Por outro

Quem sabe por quem?

Porque se pensas que tens pátria

Não…não a tens

Não pertences a lado nenhum!

 A tua pátria desmoronou-se

Há muitos anos atrás

No instante em que partiu

Aquele por quem continuas a suspirar

 E esperas um dia reencontrá-lo   

 

Essa é a tua condição

A tua consciência

Com que terás que viver!

 

 

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