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Artimanhas do Diabo

Artimanhas do Diabo

PENETRANDO NESSES OLHOS AMENDOADOS

Hoje

Amanhã

Estarás por aí?

 

Rosas azuis 

Cães verdes

Momentos raiados de vermelho de paz

Alegria sorridente

Nos recônditos desertos polares  

Paradoxos, enfim,

Que me torturam

Que ferem o meu coração

Mas que acabam por me ajudar a suportar

A tua inclemente e dolorosa ausência 

 

Já não sinto os ventos a soprar

Carregados dessa tua maresia sedutora

Que me refrescavam as faces

Que me pacificavam esta alma judia

Que nem consigo próprio se reconcilia

 

 Não me alongarei na brandura das dunas junto à praia

Não teimarei em te procurar

Pois vejo que estás ausente

Mas isso não significa que passarás sem me ler

Mesmo que o faças nessa visita tão madrugadora

E acabes por me ler

Em palavras grafadas na areia dura e húmida junto ao mar

 

Mas não ocultarás a tua presença em mim

Buscarás textos antigos

Meus e teus

Que para nós são mágicos

Pois só nós sabemos o seu real significado

O que ali simboliza e representa

Cada letra, cada palavra, cada frase e cada poema

Em escritos carregados de palavras

Que se vão vestindo

Em roupagens que vão girando nas asas de cada frase

 

E até a pontuação serve, por vezes,

Para dissimular a ideia que lhe está subjacente

Mas tu lá saberás, melhor que eu,

Quando e como regressarás ao convívio

 

Da minha parte, já decidi

Prefiro ter-te, mesmo que seja nesta sinecura online

Do que não te ter coisíssima nenhuma

E ficar condensada a tua presença

Aos meros textos que pertencem já ao passado

 

E não, não consigo esquecer

A primeira vez em que surgiste num turbilhão

Como se fosses um cometa no escuro da noite

Que me caiu em cima da cabeça

 

Desde esse dia

Cozo cada palavra, na manta que vou elaborando

E tudo para que te possa respingar

Nessas tuas vestes de poeta alada

Que nunca se dá por vencida

Que fala de coisas comuns da sua vida

E transforma-as em declarações de amor

Ao próximo

Ao ambiente

Ao mar celestial que em ti é recorrente e bem presente

E até o brilho das ondas

Que vais vislumbrando

Desde a janela da tua casa

Te permite enrolar os teus pensamentos

E acabar bem longe dali

Cismando nas palavras que virão por aí

Salteadas

Enfileiradas

Arroxeadas

Azuladas

Ou simplesmente palavras apenas

Que te trarão, outra vez,

  A ouvir esse bansuri 

Que piedoso, hindu

Que discorre letra a letra

Por ali adiante

Como se fosse uma escritura sagrada

Na companhia da envolvente tabla

Que simboliza a batida do teu coração! 

 

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