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Artimanhas do Diabo

Artimanhas do Diabo

GELATINA

192-gelatina-colorida-em-cubinhos.jpg

Pégaso

Sub-reptício

Esvoaça nas noites frias  

Na gruta onde

Pendem os meus eremíticos sonhos

Preenchendo esses buracos negros!

Relincha

Esbanja

Cilindra

Prenhe de ventura

Subjuga-me  

Repetindo

Incontáveis vezes

Da essência de que sou feito:

Imaterial solidão!

Noite após noite  

Ampara esta alma

Que se aborrece

Do tédio das companhias,  

E acaba seguindo    

O sopro de Éolo

Adornando a vertigem

Derretendo a razão

Tranquilizando-me!  

Acordo

Em mais uma manhã

Para seguir mais um dia

Para finalizar com mais uma noite

Inquebrantável;  

Solidão que me guia

Como uma estrela

Que não consigo prescindir

Estendo-me na areia

Contemplando

O mar azul turquesa  

Leve

De silêncio sepulcral   

Que 

Treme

Como gelatina

Acabada de confecionar

Mas não se abate. 

DÍSPAR

transferir.jpg

Maceras

Utilitária

A maçã

Mas, antes,

Rodopiaste a casca

Descascaste-a

Acabaste sulcando o tenro fruto

Apoteose de um futuro

Que vai deslizando na candura

De uma forma cilíndrica;

Com pequenos dedos

A manusear

A contemplar a frescura da casca  

Balançando de emoção

Trincas, pois,  

Pedaço a pedaço

A tentação!

Escapas-te  

Da luz do dia

Desapareces

Escondeste-te?

Foges, unicamente, foges

Dessa luz forte

Que te queima o olhar de menina

Clareado

Fantasioso

Que te deixa esvoaçar na noite

Como um pirilampo

De brilho garboso 

Para não seres esmagada

Pelos que se querem apoderar do teu coração   

À noite

Vingas-te de todos eles

Vês

Sentes

Desejas

Anseias

Amas

Reservas as palavras do dia

Para à noite glorificares essa alma enorme:

Saudades que emergem

Dentro de ti

Como cogumelos

No outono

À volta dos troncos das velhas árvores

Memória que não se dissipa

Perscrutando o nevoeiro que se adensa

Pesado

Emerso na fronteira entre o sonho e a realidade;

Palavras

Alimentícias

Que se alimentam

Dos teus pruridos

Extasiados

Nessa tua Fé dos Homens!

Palavra

Navegando voluptuosa

No oceano da prosa

Vai modelando e moderando os teus ímpetos  

Palavra

Mergulhando nos mistérios

Da escuridão abrupta

Das profundezas do oceano

E é aí

Que dás corpo à excentricidade

Extasiando-te

Nesse teu refúgio

Abaixo da linha de água

Nadando com os peixes

Que,

Surpreendidos,

Contemplam a tágide

Que,

De vez em quando,

Saúda a cidade

E toda a extensa plateia

Que lhe dá vida

E, sem olvidar,

Esse, em ti, êxtase sublime,

Olhar de pássaro

Mirando desde a suprema serra

O mar

Ora prateado, ora azul, ora esverdeado,

Tateando o céu

Brincando com os esquilos

Os amigos

Na vida de uma criança solitária!  

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