QUE SEJA NATAL
Esgueiro-me
Mas sempre vigilante
Da nuvem
Por onde tenho vagueado
Nestes dias mais frios
Carregados de névoas
Que cercam a tua
A minha
Voz
Para te guindar
Ao lugar onde tu
Sempre te deverás manter
E que é o teu lugar
Onde moram aqueles que têm brilho próprio
Ao lado das estrelas
Que cintilam
Mesmo a milhões de anos-luz;
Em tudo o que delimitas
Circunscreves
E tocas
Transformas na luz mais reluzente e efusiva
Que há memória
Na vida dos Homens:
Ainda e sempre haverá Natal no mundo…
Na tua ausência
Trespassa um sentimento de solidão
Tão grande
Tão efusivo
Tão cortante e frio
Que acabei por me dar conta
Que não te basta viver
Como todos nós
Tu queres
Mesmo que seja sozinha
Mudar este mundo cruel
Fazer de tudo
Um mar imenso de bondade
Tu
Como todos nós
No dia de Natal
Lá estarás reunida com a família
Lá comerás todas as iguarias que se comem nesta época
Lá rirás com toda a força
Com todo o teu entusiasmo
Pois
Tu tens a força da convicção
Tens a força da solidez
Tens a força da vontade
Não existe rigor
No teu humor de criança
Existe Vida!