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Artimanhas do Diabo

Artimanhas do Diabo

MAJESTADE DO ALENTEJO E DOS ALGARVES

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Sigo

Por entre

As bravas

Guturais

E resistentes árvores

Que se amontoam

Na feliz mansidão

Do reino das bolotas  

Que se vão soltando dos ramos

Que

Sem o saberem

Sem o quererem

Sem o desejarem

Saboreiam a doce terra

Cheiram o bafo húmido vindo mar azul ao longe

Audível

Nos dias quentes e folgazães

Dos verões que nunca acabam

Amontoados nas cercanias da Serra de Grândola

Guardados pela erva rasteira

Sufragada pelas tímidas ovelhas

Que se deslocam em catadupa

Naquele pisar de solo

Cuidadoso e seletivo

Como só ali se ousa;

No meu passo

Indelével

Silencioso

E sempre mediativo

Estugado na planície

Tão grande

Como um céu carregado de estrelas

Tão absorto

Na luz que nos olha

Como uma aurora boreal

Avisto

Ao longe

A Monarca

Do Alentejo e dos Algarves

Que em certos dias do ano

Se escapule até às amendoeiras em flor

Para recordar a doce e fofa neve

Das terras longínquas do Norte!

Apregoo a doce meninice

Da minha voz

Que se confunde com o narrador

Das minhas notas de vida

Que se misturam

Desde tempos imemoriais

Com a Natureza

Prenhe de acontecimentos

Que estão sempre ao dobrar de uma qualquer esquina

De uma voz que não se perde

Nunca

Do sentido que tem

Ou não tem

Nesta Vida!

2024

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Quando me cruzei contigo

Felicitei-te

E felicitei-me

Não pude deixar de me entusiasmar

Com a alegria estampada no rosto

Porém,

Não pude rebobinar

A esperança

Há muito congelada

Não pude fazer viver

O passado

Mudando de rumo

Ou alterando

O que de bom ou mau

Me fez chegar até aqui

Mas vi-me

No reflexo do espelho

Que não me cansava de me lembrar

O sangue que vi derramado nas ruas das cidades

A loucura mansa

A pérfida vontade do poder

A tonta vaidade

De achar que outros farão melhor

E,

Sem projecto antanho

Sem esboço credível no presente

Sem mobilizar as suas próprias hostes  

Dos que pedem agora aflitivamente

A mudança

E que

Vislumbram

Um futuro que se avizinha de um branco glacial,

Pedem, somente, el cambio

Sem cuidar de saber que a mudança

Implica dinamismo

Esforço e vontade

E crença neles próprios

Quando todos parecemos ainda

Servidores da continuidade

Pois

Mudar

Mudar

O quê?

De protagonistas

É mais fácil seguir a mensagem

De quem comanda a embarcação

De quem

Apesar de tudo

Deu ânimo aos cidadãos

Em todos os tormentos padecidos

No mar em solidão

No mar em convulsão

No mar em negação

E não interessa saber

Se no barco se mente tanto

Todos os farão para levar por diante tamanha empreitada

Interessa saber

Quem nos trouxe até aqui

E que exibe

Cada dia que passa

Tão boa forma

E ótimo sentido de humor

E que ainda é aquele que poderá pode decidir as escolhas

A que todos iremos ser chamados…

Mas não tenhamos medo do que aí virá!

 

  

 

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