AINDA HÁ ESPERANÇA
Chamo por ti
Tantas e tantas vezes
No meio deste silêncio em que me deixastes
Em que até o sopro monumental
Do canto dos belíssimos rouxinóis
Me é indiferente
Porque secaste as minhas entranhas
E já não consigo sequer chorar
Apenas clamo
Pela paz imensa e senhorial
Com que sempre te posicionaste
Em todos os cantos por onde andaste
Na imensidão das sombras
Que transportas dentro de ti
E que jamais te deixarão…
Vislumbro esse teu olhar embevecido
No brilho dos teus olhos
Que se tornavam suaves levadas das águas de um rio
Puras e cristalinas
Sempre que erguias os feitos
Que
Cada um à sua maneira
Foram as jovens promessas de casa construindo ao longo das suas vidas
Não sei se me ouves
Se algum dia me ouvirás
Desde aquela manhã em que te comunicaram
Que todos os sonhos dos pais
E do próprio
Se despedaçaram numa ignóbil manobra
Sem sentido
E que roubou a tua alegria
Destruiu as amarras da esperança
Mas
A esperança existe
Sempre haverá de existir
Dentro de ti ou fora de ti
Porque todos estamos a suplicar por ti
E por ele
Esse rapaz cheio de força
Que há de voltar a ser quem sempre foi
Onde reside a bondade
E a bondade foi sempre mais forte
E a sua força celestial sempre vencerá
Tem de vencer
Porque haverá sempre uma luz misteriosa
Que empurra as andorinhas a voar
Todos os anos
Do sul para norte
E do norte para sul
E é essa força que ele e tu vão encontrar
Para passar o Cabo das Tormentas
E um dia lá estará ele
Com uma bola colada ao pé
Um sorriso nos lábios
A celebrar um golo!
A um Amigo que vive horas de despero, mas, estou certo, encontrará o seu caminho cehio de luz!