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Artimanhas do Diabo

Artimanhas do Diabo

SEDOSA PAIXÃO

 

Foto grátis rosas vermelhas na janela trouxeram um toque de romance ao quarto generative ai

 

Definitivamente

Rasguei as minhas vestes

Acabei

Pugnando por trazer viva a tua paixão

Que me trouxe o alimento a esta minha alma

Depauperada

Aniquilada

Mas sempre desperta

Pra olhar a luz do sol

Que me foi apresentada   

Desde cedo

Pelo olhar sereno

Materno

Cintilante e colorido

Por ondas de violetas dispostas

Ao sabor do vento 

Oscilando como um pendulo

Que repetitivo se eternizava a embalar

O som de um tique-taque;

As tuas mãos

Ceifam os campos das searas

Varejam as oliveiras

Colhem margaridas no campo

Para

Por pura magia  

Fazer desabrochar um lindo ramo nas tuas pequenas mãos   

Sempre a acenar ao longe na planície

Que é o que me acalma nas tardes límpidas

De um calor tórrido

Que me traspassa os pulmões

E acaba a atingir a maturidade do meu ser

Desde os tempos em que

A casa paterna era um imenso silêncio

Janelas cerradas

Carregado de sombras

Que amenizavam as tardes quentes de verão

E

Desde o âmago dos quartos

Se ouviam os pardais

Sempre atrevidos em busca de uma diversão

Mas

Mesmo situado nos terrenos das minhas memórias

O teu rosto

Enriquecido pelo teu olhar

Traz-me a paixão pela vida

De tantos passos 

Em conjunto

Galgarmos

Sejam

Os simples caminhos

Ou mesmo os mais íngremes trilhos

Pois são estímulos enternecidos

Que me trazem 

Dias arrebatados 

Em que não me canso de esvoaçar!

Um dia de cada vez

Tanta vez me tragam

Todos os meus dias

Para assim

Me trazer o som das tuas palavras

A que já me habituei a ler

Nessa tua escrita

Onde tudo é pura paixão!

ERRANTES

tuaregues.jpg

Na minha cabeça

Mil palavras

A ecoar sistemáticas

Naquele bambolear constante de uma cáfila 

Perdida nos meios das areias do deserto

No meu coração

Perduram as viagens dos tuaregues

Partilhando o seu chá de menta

Com os espíritos que vivem livres nos desertos

Nos meus ouvidos

A freme música

Dedilhada na kora

Acompanhando a voz maviosa de Ablaye Cissoko

Nos meus dedos

Finos e longos

A textura de um corpo

Que se alonga ao tatear

Peregrino e ameno

As borbulhas que se extenuam

De um prazer carnal

Infindável

Que acabará a sorver essa tua pele

Branca e aveludada

Dos meus pés

Saem os queixumes de um peregrino

Que nunca desiste de pregar a sua fé

De falar consigo próprio

De abanar os alicerces  

Dos que têm tantas certezas

Não vejo a alma dos que não a têm

Não ouço a voz dos que não a têm

Não ouço o clamor dos que não o têm

E há tanta gente que não tem

Rigorosamente nada

Empurrados pelo sonho de uma vida melhor

Ardendo nos nossos campos

Enjaulados no mísero espaço onde dormem

Injuriados

Na vã calúnia

Dos que medram pela sua existência!

 

 

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