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Artimanhas do Diabo

Artimanhas do Diabo

A ESFINGE

Deixa-me dizer-te

A ti que me lês

Com tanto interesse

Curiosidade

Ou até por comiseração

Mas a ti, também, que me lês fugazmente

Que olhar o Sol

Não basta

Para o encantares

Para o decifrares

Para o teres na mão…

 

Se o olhares

mas se te decidires cumprimentá-lo

E se, ainda, te dispuseres louvá-lo   

Dás-lhe força

Dás-lhe majestosidade

Dás-lhe primazia

E assim ele se sentirá

A estrela

Que não te abandonará jamais!

 

E, assim, o Sol   

Não precisará de lançar

A sua língua de fogo

Acompanhada

De punitiva lavareda

Mas dar-te-á o calor e a luz

Que tanto precisas

Sobretudo para não esmoreceres nos dias de inverno mais frios

Como se fosses um simples cardo do monte

Que a tudo renuncia

Até a companhia de cintilantes flores

Crescendo solitária

E tudo para que a sua roxa flor

Não vá parar a uma jarra

Mas acabe a coagular o leite de cabra.

 

E o Sol temperado

Aplacará a ira

Da esfinge silenciosa

Mortífera

Traiçoeira   

Que os gregos tanto temiam.

 

Mas, Sol,

Dá-me a luz

A força das palavras

O sentir forte o meu coração

Para que a mensagem

Chegue até ti

Derrube os muros que ergueste e que te cercam

E que te cristalizaram na solidão  

Da infância em que, todavia, vives

E te recusas a sair

Porque tens tanto medo

Tanto receio

Tanto pavor

Que,

Achas,

Só cavalgando um elefante nas suas imponentes ancas

 Ele te protege do tigre

Mas a tua defesa é   

Lidar com os males que há no mundo!

 

E não há retângulos, quadrados ou áreas circulares

O que há são imagens na nossa cabeça

Sem formas, sombreadas,  

Que nos podem abalar  

 

O que há são manias

Que nos podem perseguir

 

O que há são vozes

Que parecem

Ditames ou vontades de Belzebu…   

 

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