A suculenta saga de D. Sancho e suas proezas marialvas - 2ª parte -
Conto escrito em Sesimbra em 1990.
De Lisboa
“Terra de muitas e desvairadas gentes”
A Santana
Do “campo” e dos “camponeses”
Num ápice se vai
De Santana
Se avança por estrada íngreme
Serpenteante sobre o maciço rochoso
Até que se arriba
A Sesimbra vila dos “pexitos”
Do campo
Das aves, dos grilos, das rãs
Que nos aguçam a vontade de ali permanecer
Logo derrogada pelo pó das pedreiras circundantes
Do mar
Que, ao longe, atraí o nosso olhar
Onde impera a suavidade dos sentidos
Que nos acalenta a vontade de nos deitarmos
E ouvirmos os cânticos das sereias
Naquele imenso leito azul
Nesse tempo, quem evoluísse pela estrada da Falésia
Vislumbrava uma gruta
Moradia de um eremita
Que vivia numa azáfama permanente
Como se o seu tempo de vida fosse escasso
Deixem-me louvar
As algas
Os jardins que suavizavam o fundo do mar
A areia da Praia da Falésia
Onde incontáveis vezes
Ouvi o Constantino
Não o guardador de vacas e de sonhos
Mas o ilusionista
Que declamava mil vezes as mesmas histórias
Enroupadas por protagonistas
E contextos diferenciados
De sorriso alegre e franco que nos desarmava
Da criança que ele sempre foi até ao fim dos seus dias!
Mas sigamos D. Sancho e o seu escudeiro João…