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Artimanhas do Diabo

Artimanhas do Diabo

À TUA EMPOLGANTE DOÇURA

Na tua pele

Sinto que sou eu

E não tu

Nem sequer mais ninguém

 

Do teu ditoso coração

Afluem lindos poemas

Que acabam enganando

Quem leve te conheça

 

Gizo o percurso 

Tu mereces essa atenção  

Tateio-te no escuro

Bebo desse indelével mel 

Que flui do desejo

Dessa tua indomável pele

 

Roço nesse teu topete esguio

Que acolhe névoa perscrutadora

Olhar alvoroçado e profícuo

Com que sempre me fitas

E cobiças a minha proverbial ossatura

 

Mas, em ti, coexiste

Um outro olhar preocupante

Amedrontado e lívido

Meditando no vazio

Sempre que mergulhas na solidão

 

Abre-me essas tuas asas

E deixa-me voar bem alto

Sonhando com esses teus ramos esbeltos

Que te sustentam e exultam

Quando iças esse teu cansado corpo

Acompanhado das mágoas contidas na alma 

Subindo

Ou descendo

A longa escadaria

De cada vez que nos reencontramos 

 

Sobe

Sobe

Mulher embeiçada

Que na mão trazes margaridas

E na cabeça esse desejo pueril

De encantar as serpentes

Concedendo-te a pureza agreste

Que não cessará de uivar

Dentro dessa loba que existe em ti  

 

Deixa-me mirar 

Esse teu ventre

Que se escapa subtil aos olhares 

As tuas coxas bravias   

Cobertas por essa interminável meia

Como se fossem uma graça divina  

Que embaraça aceder 

Nesse longo e atiçado caminho  

Que levará a esse recanto

Onde velas essa rosa

Cintilante e aveludada 

Que humedece de desejo 

Que embevece  

Com finos e suaves dedos

Que saibam dedilhar a tua guitarra

 

Enleva-me nesse teu abraço

Tão delicado e carente

Envolve os teus lábios nos meus

Deixa-me,

Nem que esta seja a última noite,

Tocar nesses botões

Que medram no terraço onde guardas o coração  

Permite-me inundar a tua linda flor

Que ruboriza de desejo

Quando te aperto nesse imenso caudal

Em que me deleito

A escutar os teus gemidos profundos

Com que sempre me recebes  

Como se fossem a última vez

 

Mas este vício

De ter ver

E escutar a tua voz

Sempre cuidada e de veludo 

Não se abandona assim levemente

Ficou-me como um inesquecível entardecer de sol 

É saudade sim que cresce no meu peito  

Do tempo ganho

Tendo-te por companhia

 

Dança minha amiga

Mas só para mim 

Dá-me a tua graça 

Nesse infindável gesto  

Como se bailasses

Uma delicada dança do ventre 

Mas só para mim!   

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