AO MIGUEL
Nessa pressa de viver
Orgulho de aferroar os desafios
Vaidade de entoar o eferreá
Para celebrar o belo encantamento com a vida!
Neste, vieste ao mundo,
Para te inquietar e inquietar os demais
Só tu juntas tanta gente ao teu redor
Tão diferente
Como os dedos de cada mão
Mas, cada um por si,
Que,
Individualmente,
Ficam tão ingloriamente frágeis
Pois a sua força estão no todo
Como é o conjunto da mão
Que iça as peças mais rudes e ásperas
Flui como bailarina no meio do palco;
Mas a tua mão é bem diferente das demais
Nunca se esconde
É poderosa
Magnânima
Inigualável
Por isso,
Longa vida ao academista
Porque é de fibra
Como a tua
Que precisamos!
Coragem para suportar
O cronista
Que te cercará certamente
Como uma inenarrável sombra
A afiançar as tropelias e façanhas hiperbólicas
Para medir
se o que tu comes ou bebes
É mais do que o ele ingeriu!