BRUMAS
Leve
Como teus olhos cândidos
Tuas mãos silvestres
Que te precedem
Tuas coxas
Retesadas
Que buscam
Ufanas
As minhas estrias
Nesse toque profundo que sinto
Quando roço pelas tuas pernas
Nesse longo passeio
Que parece não ter fim
A nivelar a areia debaixo dos nosso pés
A ouvir o som do mar
Com suas ondas intrusivas
A testemunhar um tempo que não se detém
Na luz que se anuncia
De amor sincero e justo
Impregnado de palavras
Que repetem sempre as mesmas frases
Numa voz gutural
Que reflete
A dor sentida
Que se passeia sempre nas tardes de verão
Entre os bosques vizinhos
Que guardam os segredos
Que pululam as areias
Que nunca sucumbem
Às páginas inteiras do livro
Que se escreve
Entre todos os instantes vividos
Junto da liberdade
Que mareia na sonolência
Entre a vida e o sonho!