CANTO DE ROUXINOL
Bela fronte
Ampla e florescente
Me vai inquietando
Sempre
E que tanto abastece
Minha exaltação de viver
Dela
Brota a água cristalina
Que
Tantas e tantas vezes
Acabou suavizando
As tardes de luz intensa
De calor abrasador
Mas que
Hoje
São meras recordações
De dois frondosos limoeiros!
Mas de ti
Vem
De uma assentada
Até mim
Uma resplandecente luz
Que ilumina o meu caminho
E que até
Embala num sorriso
O mosto das uvas
Deixando o mais sincopado
Ser
Que foge dos seus afetos
Como o diabo da cruz
Concedendo-lhe a bênção
Que o animará nessa grande paixão
Que, todavia, permanece encrustada
Na sua delicada pele!
Mas teimoso cabelo
Domado a duras penas
Pela velha escova
Que tenteia teus cabelos
E que envolve a tua fresta
Dividida na floresta silenciosa
E naqueloutra
Onde brotam as flores
Que são o teu canto de rouxinol.