DILUÍSTE-TE NA TERRA
Da janela do meu quarto
Avisto as plantas engalanadas
Sorridentes e apaixonadas
Reveladas nos dias crescentes de sol,
Da janela do meu quarto
Estilhaço barreiras
Antecipo sinecuras
Envolvo-me a contemplar as cores lancinantes
De flores majestosas
Que não se cansam de me trazer a felicidade!
Um cão enorme saltita no meio da erva do campo
Corre desenfreado em busca do seu osso preferido
Enterrado no solo
Embrulhado no papel
Que contém a minha confissão.
Ah…quanta terra se cobriu por cima do teu caixão
Quanta mágoa
Que não te enfraqueceu
Quanta bondade
Que te tornou sempre nobre
Deixaste tu por fazer
Nesse dia em que te foste deste mundo
Deixando
De ti
Uma saudade imensa
Que quase parece universal
Quanta terra
Desbravaste
Conquistaste
Nessa tua linha longilínea
Sem fim
Cuja contemplação
A todos nos enchia de orgulho
Pela tua elegante forma de ser
Gosto de ajudar
Solidário com o mundo
Mesmo que o mundo
Tantas vezes
Não fosse solidário contigo!