EL CIELO NO SE DESVANECE CARIÑO
Não sei se diga
Se murmure
Ou adiante sequer
O que da minha alma possa levedar
E quanto mais nela me embrenho
Mais a dor se materializa
E quanto mais a invoco
Mais o teu semblante
Me enche de orgulho!
Fim de ciclo
De dias curtos
Para dar lugar a noites
Longas e silenciosas
Que começou logo no dealbar do outono
Que nos calhou viver
Que logo deu à luz
Um inverno árido
Que lentamente se vai esvaindo
Para dar lugar aos primeiros alvores
De uma luz abrangente e constante
Dias que exalam os primeiros odores florais;
Porém, as andorinhas
Que sempre viajam precocemente
Logo que intuem os primeiros indícios primaveris
Todavia,
Não chegaram
Nem se anunciaram
Sequer
De corpo coberto de penugem
De cor pez
Agitando-se em voos rasantes
Oscilantes e pertinazes
No céu imenso que sempre as saúda
Mas, senhora,
Minha velada esperança
Que vive dentro de mim
Não vos inquieteis
Com os meus lamentos
Pensai
Que logo
Os telhados e beirais
Se encherão de ninhos de andorinhas
Para dar lugar
À consagração de um tempo feliz
Em que,
Mais um ano,
Haverá e se celebrará a vida!