ESTRELA CADENTE
Que dizer
De ti
Menina doce
Cara de anjo
Bela das mais belas
Que subitamente desapareceste
E que todavia continuas envolta
No mais profundo e pesado
Silêncio?
Nem a esfinge egípcia
Se te compara em mistério;
Malignas criaturas
Aproveitaram-se da tua feliz inocência
Trataram de subir aos céus
À tua custa
Tu
Menina
Excelsa
Que assim o serás
Até à eternidade
Esfumaste-te para sempre
Numa noite igual a tantas outras…
Quiçá, uma daquelas estrelas
Que brilham no firmamento
Transporta o teu olhar
Que é uma admoestação
Que restará guardada no livro
Bordado a oiro acetinado na capa
Para ditar
A nossa culpa coletiva;
Caminhante
Não esperes por ti nem por mim
Escuta a tua íntima voz
Pois
Quem humilde a ouve
Sábio caminheiro é
E chegará ao destino
O qual nunca o será
Pois quando o alcançar
Abrir-se-á a porta de outro
E assim sucessivamente,
Por isso
Caminhante
De olhar arrefecido
Tanto na vida
Como na morte!