ÊXTASE SEM FIM
Das tuas mãos
Flui uma timidez
Arejada e simples
Que parece de menina,
Os meus olhos
Miram-te profundamente
E acabam submetidos às ondas de luz
Que iluminam a caverna escura e fria
Que subsiste na solidão
E que sobressai
Por trás dessa tua frágil folgazona!
Ardis
Fogosos
Vigorosos
Semânticos
Pensamentos
Fixam a cor adamada dos meus olhos
Que sorriem
Esboçando um olhar cúmplice
Que revigora o vulcão
Que em ti habita;
De tão nobre senhora
Nunca esboço uma despedida
Pois contigo sinto que o dia não se encerra jamais,
Tremem-me as pálpebras
Agita-se a respiração
Ao vislumbrar-te
Com esse teu harmonioso cachaço
Tuas mãos de pequeno tamanho
Que tudo querem agarrar
Para tentar salvar o mundo
E em tudo que tocam
Transformam em puro prazer…
No teu garboso caminhar
Deixo-me contagiar pelo seu balançar
Ereto, mas movediço,
Que me envolve o pensamento
Deixando-me devoto
De tão profundo grito
Que não se apaga com o vento
Que se eriça
Em crescendo
Deixando-me nos teus braços
Que me aquecem
Com essa tua chama
Nesse entardecer prolongado
De verão
A espairecer
Sereno
Até que a chama se extingue
Mas a paixão
Essa nunca se apaga!