FOI HÁ UM ANO
Na noite escura e húmida
Que
Por vezes
Consegue ser tão fria
Que nos congela as vontades
E que nos acaba lançando até um silêncio sufocante
Nesse estranho lugar
Onde se refugiam as trevas
Que é onde se vislumbram paisagens caleidoscópicas
Um navio de guerra soterrado na lama
Um tanque enferrujado no mar
E mísseis
Sempre misseis
Desgovernados
Cegos
E destrutivos
Um pensamento aglutinador
Uma patranha que se alinha
Para apagar as páginas do livro de Historia
E o que ontem era verdade
Hoje foi completamente dizimado
Extinto mesmo
Pelos que vivem da insídia e da mentira
Que não se contentam em fazer mal
Mas dispostos a derreter o mundo
Com as suas aleivosias;
Um esboço de coragem
Ditado pela liberdade
E uma vontade que a respeita
Um lago onde todas as noites a lua jaz
Refletindo a exaltação de um mistério
A refletir a pureza das coisas
O amor que congrega todas as formas de arte
Uma lassidão que consegue ser criativa
Uma vontade que nos interpela
E que
Vá-se lá saber porquê
Fugiu
Quando não devia fugir
E que agora se esconde
Nos desejos dispersos
E nas palavras vãs
Que fazem mais mal
Que bem!
Mais a norte
Uma maçã desprende-se e rola até ao solo
E que acaba a amadurecer cercada de terra e de vermes
Mais a sul
Uma avenida iluminada pelo brilho das laranjas
Que se mantém firmes e hirtas
Para gáudio dos seus habitantes
E o mar continua vivo e omnipresente
Desenha um esboço de uma linha
Que divide a verdade da mentira
E
Arrependido
Vive na exaltação da vingança!