FORÇA INABALÁVEL DE UM DESEJO
Cadenciado movimento
Que se move vagaroso e apaixonado
Mão de mulher
Agarra firme
A península do meu corpo
Fonte indomável do meu desejo
Que o endurece
Que o deseja
Tanto…
Persegue-o indomável
E quando o segura, plena de firmeza,
Agarra-o com determinação e orgulho
Como se tivesse o mundo na mão!
Finas e esdrúxulas “bragas”
Que diariamente envergas
Onde escondes os recantos da tua gruta
Essa mesma tão desejada;
As tuas pernas
Longas, retilíneas e perfeitas
Evocam-me os cadernos de linhas
Paralelas e contínuas até uma das margens
E que continuavam na linha seguinte
Onde as crianças escrevem as primeiras vontades
E rabiscam os primeiros desejos;
Mas,
Por mais próximas
Estou sempre a desejá-las
A requerê-las
Excitadíssimo
Cândido
Irremediavelmente perdido
Caído pelas alquebras modelares
Dessa ossatura longa e pontiaguda
Que te fazem medrar
A olhos vistos
Perante o meu deslumbrante olhar
Submerso aos vislumbres
De um desfilar perante mim
Desse teu corpo…
E de cada vez que retiro a tua roupa mais íntima
Essa que envergas sempre
Até aquele vestido que vestes pela cabeça
Arrojadamente tão curto
Que simplesmente encobre as entranhas mais íntimas
Quero sempre fazê-lo
Com a lentidão de uma locomotiva a carvão
Com a frescura dos prados Açorianos
Com a pureza da água de uma nascente
E esse desfiar de sentimentos
Tão fortes e empolgados
Que vou testemunhando em mim
De cada vez que evoco os momentos íntimos contigo
Que tive, que tenho ou mesmo que possa via a ter
Acaba, me concedendo, o clímax perfeito
Da dimensão e da magnitude
Do que realmente significas para mim!