MACERAÇÃO
Pena leve
Que flete lisonjeira
Sob o manto branco refletido no ecrã
Para qualificar o canalha…
Segue os passos dele,
Vocifera
Contra os que,
Sorrateiramente,
Usam a sonsice do lar
Para injuriar:
Ignóbeis profetas do sadismo,
Escondem-se debaixo do manto da água consagrada
Com aquele ar de boa alma,
Gente inqualificável
Que brama o punhal de aço
Frio como o cortante gelo
E profere ameaças veladas no dia-a-dia
Abominavelmente sulfúrico
Simbiose
Da solidão desta gente
Que vive
Entre uma ilha deserta no meio do oceano
E a enormidade do território polar;
Mas a pena
Baloiça
Oscila,
Às vezes levita,
No contentamento
Do compasso de uma paixão
Na sua forma pura e bela
Com os sentimentos enfileirados
Nesse roçar ao de leve
Imenso e intenso
De pele com pele
Que se solta
Quando a monção se abate sob as planícies
Para trazer a esperança de um futuro melhor!
E deslizarei nos patins
Que se envolvem nessa dança
Pela estrada dura de gelo
Para trazer todas as inquietações
Que viviam na floresta densa
Que ocultavam a tua identidade:
Firme apaixonada do bem!
Deixaste que abatessem
As árvores que te sombreavam
Os teus mais ínfimos desejos
Que viviam ocultos
No silêncio das noites
Que explodiam em catarse
De tantos e tantos anos,
Silenciosamente abandonada!
Hoje vives na planície
Cintilante
Com a codícia
Irreprimida
Cintilando ao lado desse rio
A dar os primeiros passos de uma vida
Recheada de uma crescente graça e enlevo
Alegria estonteante
Que, muitos,
Que vivem escondidos nas aparências dispersas
Não te perdoam
Vivem no remanso tóxico
Cerceados na toxicidade
Na fronteira da indignidade:
Já nem de si próprios sabem sorrir!