NAS TUAS MÃOS
Entrego nas tuas mãos
O septo de uma vida
O sonho
A fantasia
A realidade
O Viver
Com a dura realidade
Das pequenas frustrações
Do quotidiano
Nos teus lábios
Pouso os meus
Deslizo os meus dedos
Pela tua pele eriçada
Entrelaço as minhas vontades
Com as tuas
Suaves e simples
Que assustam
Quem nunca verdadeiramente amou
Podem condenar-te
Ao desprezo
Ao rancor
Às humilhações
Que encontrarás a força do amor
Que tudo submete
E transforma nos desígnios dos desejos
Que tornam a vontade
Firmeza da alma
Luz incendiária
Que não se compadece
Com as vacuidades da carne
Com a baixeza das traições
E mesmo usurpando os lugares
Que são da sua pertença
Nunca obterás para ti
Esse coração
Que
Há muito
Deixou por ti de bater
O gelo queimou-o
Sem que alguma vez
Te questionasses por mim
A ti
Uma ténue linha de água
Acaba correndo
De súbito
Para o mar
Não é sequer digno de um simples riacho
Quanto mais um rio
Carregado das vontades
Que carreiam as vidas
Mesmo as mais utópicas
Que são desígnios
Da força das grandiosas majestades
Que habitam nas alturas!