O AMANHÃ É JÁ HOJE
Uma luz a perseguir-me
Sem rodeios
Na noite escura e circunspecta
Assustadoramente gélida…
Por fim acaba penetrando-me
Até à medula
E abrangente cobre-me de um frio cortante
Glaciar e transparente;
No meio do sombreado
Que me cerca
Como se fosse um destino trágico
Acabo encontrando
A penumbra
Que carrega a minha solidão
Perante o altar onde as divindades aguardam
O simples atravessar da alameda
Onde as almas formam
Uma colorida e exuberante parada militar
E é aí
Nesse entretanto
Que ouço as várias vozes
Que pululam a minha consciência
E acabo percebendo como elas me atormentam a minha audácia;
O meu clamor resiste ao medo
E, sem receios
Apreensões
E adiamentos,
Vislumbro o futuro
Pois,
O amanhã é já hoje!