O SENHOR DOS FALSETES
Das palavras
Tão gastas e espezinhadas
Pelo chão que pisa
Pela voz intransigente
Ainda que meia deslavada
Que engrossa para caluniar
Quem dele pense de modo diferente
Teremos
Outra vez
Um quadriênio
Pululado de asteriscos
Que vivem para servir
Tão vil senhor!
Pareço contido
Mas esvaio-me em pensamentos
E não encontro a razão
Porque a humanidade
Está tão desumana;
Que nos resta
Pois
Se não
Olhar para trás
E ver que
Pelo menos
O senhor não tem vaipes de serial killer
Não usa aquele famoso bigode
Afunilado de broxa
E já cã não está a Leni Riefenstah
Que propagandeava os feitos
E as paradas militares dos nazis!
Por isso se diz frequentemente
Que a História sempre se repete
Ainda que com outra roupagem.