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Artimanhas do Diabo

Artimanhas do Diabo

PENSO EM TI

SEGREDO

Não contes do meu

Vestido

Que tiro pela cabeça

 

Nem que corro os

Cortinados

Para uma sombra mais espessa

 

Deixa que feche o

Anel

Em redor do teu pescoço

Com as minhas longas

Pernas

E a sombra do meu poço

 

Não contes do meu

Novelo

Nem da roca de fiar

 

Nem o que faço

Com eles

A fim de te ouvir gritar

Maria Teresa Horta

 

 

Nesse coxim onde repousa

A tua alcochoada e esbelta cabeleira,

Eu por cima e tu por baixo,

Percorro astutamente

As traves do teu corpo

E alcanço as sombras esquecidas

Das mãos que por ali passaram

 

Deixo-me enlevar pelos teus lábios

Sedosos, húmidos e dourados na noite,

Reflexos da lua a incidir

No remanso das águas calmas do lago

Que me fazem sentir um anfíbio

 

Roço as minhas mãos

Pelos teus seios

Que se entumecem endurecidos

 

Lanço a minha língua

Ao de leve

Ondulando, bailando mesmo,  

Acabando

por chupar o néctar das tuas rosas

 

A minha mão direita acaba

Por se esquecer do esquecimento

E lança-se sôfrega na direção da tua vulva   

Afagando o teu clitóris que se ri

Do meu arrojo

 

E tu nesse carpir de odalisca  

Gritas

Acabas

Ensopando as pontas dos meus dedos

 

E é nesse instante que me empurras

Te açambarcas do meu corpo

Esfregas as tuas mãos na minha pele eriçada

E palmilhas vagarosa

Até que alcanças terreno desejado

 

Pôs as tuas mãos bem posicionadas

Em cima do meu pénis

Que se sente tão atraído neste jogo de sedução

Como o jogador pelas cartas

 

Agita-lo para cima e para baixo

Até que te colocas em cima de mim

Abres as tuas longas pernas

Endureces as tuas coxas

E, como por mágica,

Fazes desaparecer o meu pénis

 

Leves movimentos

Em cima de mim

Que depressa te fazem aguçar o entusiasmo

E te fazem agitar,

Sem parar,

Os movimentos acentuadamente

Para cima e para baixo

 

Trejeitos do teu rosto

Fazem-me perceber

Como curtes o prazer

 

Eu

Em posição de supina

Sigo com o olhar

Todas as tuas interjeições de prazer!

 

E tu,

Como caudal de rio que não cessa,

Vais-te sucedendo em múltiplas consumações

Que me vão fazendo cravar

Ainda mais

Nas profundezas

Até que alcanço a plenitude do teu ventre

E é aí

Nesse reencontro com a sombra do teu poço

Que faço derramar todo o meu esperma

Que não cessa jamais

E que acaba tingindo 

A brancura desse teu rio interior

Que me recebeu…

 

E um último e longo beijo

Nos acode

Ao cansaço que sobrevém

Que é enorme

E único

 

E é nesse remanso

A dormitar e a saborear

O sexo

Que cerramos os olhos

Para restabelecermos as nossas forças

 

E voltamos outra vez

A cavalgar

Eu por cima

E tu por baixo

Ou tu por cima

E eu por baixo

 

Para voltarmos a ser felizes

 

E eu, fixando-me nessas tuas longas pernas

Que se penduram nos meus ombros

E tu, desejando as minhas fragâncias,

Procurando com avidez esse meu prolongamento

Que ora se exibe garboso, ora se entristece e se esconde,

 

Roço-me no teu musgo

Onde me deito

Evoco-o saudoso

Sempre que penso em ti!

 

 

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