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Artimanhas do Diabo

Artimanhas do Diabo

PRINCESA DO NORTE

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Toco

Ao de leve

Na última fronteira

Onde o irracional se atreve a exibir a sua arma

Atrevo-me a considerar

Que é preciso fazer alguma coisa

Deixando discorrer

Todos os momentos de uma vida

Daquele tempo em que te via

Espreitando todas as infelizes coincidências

Onde tu belicista e medonha

Impunhas a tua lei,

De repente

Foste-te

Sem anunciares

Sequer

A tua partida

Nem às pequenas aves

Que sempre te acompanharam

Na felicidade de uma vida

Estreitando laços com a paz

Quiseste dizer porque partias

Simplesmente abalaste  

No silêncio fresco de uma manhã de outono

Sem deixares qualquer mensagem

Por fim

No torpor da partida

Na ausência de um pensamento sólido  

Deixaste que penetrassem

As tuas entranhas

Por uma serpente mais mortífera

Que sempre consumiu as tuas preocupações

Triturando a carne

Que é a tua carne

Por onde o sangue passa

Irrigando esses vales que alimentam a esperança

Para nunca mais apareceres!

Trigo limpo

Ervas trespassadas por funchos  

Catos que todas as alvoradas

Exibem pequenas gotículas do orvalho da noite

Rios

Que até ali naquele território

São sagrados

Surgem manchados de tons rosáceos

Fazendo lembrar o sangue derramado em todas as tuas batalhas

E quando já nada mais restava

Do que a perene ausência

Fazendo lembrar um aviltante nada

Eis que surge a Princesa

Aquela dos contos encantados

Que chorava de saudades dos campos carregados de branco

Que subiu ao do alto da torre

Para avistar amendoeiras em flor

Curando-a da monumental tristeza

Que se abatera sobre a sua existência!   

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