A CAPITAL DO OESTE
Bordejada pelas figuras sarcásticas
De tamanho de gente
Encerradas em vitrinas que as ampliam
Formando uma rota de ínclito respeito
Que nos acompanham pelas ruas e ruelas da cidade
Que acabam desembocando na formosa praça:
Dos três poderes…
Solo argiloso
Que tanta fama granjeou às faianças
Popularizadas pelo Bordalo Pinheiro
A cidade cresceu e interpela-nos
Pois, conserva toda a sua elegância de um passado
Feito de veraneios de monarcas
E que,
Todavia,
Ainda hoje transborda de egrégio fascínio
No seu vetusto hospital termal
Encostado ao parque encantado Dom Carlos I
O pulmão da cidade,
Mas não se enganem
Pois
Ele é, antes, o poderoso coração
Carregado de tantas e tão belas memórias
De palavras de amor proferidas pelos amantes
Que ali se engalana de ternura
No meio de árvores centenárias
Que, em certos dias, sibilam suspiros…desejos incontestados;
As Caldas penetram-nos
No singelo encanto com que nos surpreende a cada esquina
Das suas esplanadas floresce
O respirar da cidade
Ouvem-se naquele tramitar de palavras
Rápidas e emolduradas por frases bem ordenadas
A clareza profunda da alma das suas gentes
Que não escondem os segredos
E quando tantos Homens guardam os seus a sete chaves
Ali se mistifica a vida
Surgindo descomplexada
Nesse jactante símbolo fálico
Que nos trespasse e faz corar de vergonha aos forasteiros
Que não revêm na crueza das palavras
E de um símbolo omnipresente na cabeça de tantos
Mas que ali, na cidade, pode também ser saboreado
Nos adoçados pénis
Dispostos nos doces que se exibem nas vitrinas das suas famosas pastelarias!
As Caldas da Rainha não brincam em serviço
Cidade séria, viva e enérgica
Que, por isso, se tem sabido sempre renovar
E que merece uma cuidada e criteriosa visita…
- Sem dúvida!