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Artimanhas do Diabo

Artimanhas do Diabo

SOBERANA DA ILHA

86178-Funchal.jpg

Não vês

Caminhante severo

Mas superficial

Como podemos serenar a marcha

E olhar mais o que nos rodeia

Quando vemos alguém a contemplar

E a desfrutar do silêncio

Sentado numa árvore gigantesca

Secular

A querer-nos dizer

Como se deve encarara a vida?

Rodeada de uma multidão esverdeada

Que se arrebita ao olhar de quem a sabe observar 

Como os olhos desta mulher

Vigilante e serena mulher

De vestido preto

Ajustado ao corpo

Que até

Se desapossou da sua sombra

Fundindo-a

Com a das árvores gigantescas que a circundam

Que serenam na sua habitual convivência

Agitadas pelos silvos de Éolo

Perante tão plácida mulher

Que não se deixa atenuar

Pelos que os outros dizem

Mas pelo que o seu coração lhe diz…

Ao longe

Mas logo ali

Construções

Que vão crescendo no meio da floresta

Que pouco a pouco

Invadem a pacatez do bosque

Acabam por confundir e expulsar as aves

Cada vez mais longínquas

Remetidas aos pináculos mais sombrios da ilha;

Mas lá longe

A cidade,

Decerto o Funchal,

Se anuncia

Engalanado sempre todo o ano

Envaidecido

Pela sua fama internacional

Debaixo de uma neblina temporária 

Que lhe tira o brilho das suas cores

E lhe faz desabar os lamentos e as saudades de um dia solarengo,

Mas o vestido negro

Contrasta na mulher

Com o seu tom de pele alvadio

E que exala uma mocidade

Que parece querer fugir

Aos anos que a vida lhe dá

E por isso

A serenidade

A paciência

E a extrema bondade que exala

Cada um dos seus poros

Faz dela a soberana da ilha!

 

Grato à L. por me ter judado a escrever este post. 

    

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